Ecoturismo aventura pelo Jalapão!

Viajar para o Jalapão foi uma verdadeira aventura de estradas de terra, areia, pedra e calor de mais de 35ºC todos os dias, mas que valeu cada quilômetro rodado pelas paisagens exuberantes, como cachoeiras, fervedouros paradisíacos com águas cristalinas, praia de água doce, sem contar as ondas de areia douradas das dunas.

Uma curiosidade sobre os fervedouros… são piscinas naturais formadas pelas nascentes de água entre rochas impermeáveis que não dão vazão para o lençol freático, fazendo com que a água seja pressionada para cima junto com a areia, com isso ninguém afunda, independentemente do peso. E não afunda mesmo! No início dá um certo medo, porque a sensação é de entrar num lugar sem fundo, mas logo sentimos a pressão da água, acostumamos e não queremos sair mais…

Para se locomover no Jalapão, até para a própria segurança, é importante contratar um guia/agência especializada, pois o acesso ainda é precário, com muitos trechos quase que intransitáveis. Presenciei várias caminhonetes 4X4 e motos atoladas nas estradas no meio de muita areia.

Jalapão reabriu ao turismo no dia 05/Out/20 e fui pra lá na semana passada, duas semanas após a reabertura. Confesso que estava bem apreensiva em viajar neste período de pandemia, depois de 8 meses sem pisar num aeroporto. Com todas as precauções, como usar máscara quando estiver em local com aglomeração, álcool gel, luva para pegar comida nos restaurantes, evitar passar as mãos nos olhos, no nariz e na boca, garanto foi bem tranquilo, embora o turismo estivesse intenso em alguns locais.

Quando ir o Jalapão:

Pode ser visitado durante todo o ano, mas há 2 períodos bem definidos.

A época de chuva vai de outubro a abril, sendo janeiro o auge das chuvas. Na semana que estive lá, peguei chuva somente na manhã do 1º dia.

O período de seca vai de maio a setembro, sendo julho o mês com menor incidência de chuvas.

Fotos do Jalapão:

1º dia:

Lagoa do Japonês

Começou a ser frequentada por moradores da região na década de 70, quando era conhecida como Lagoa Encantada. Posteriormente foi apelidada de Lagoa do Japonês em referência a um japonês que vivia na estrada de acesso ao lago.

Pedra Furada

É uma gigantesca formação de arenito esculpida por ventos há milhões de anos. Os 3 buracos nas rochas tornam o local único e atrativo.

Cânion Sussuapara

Paredões úmidos imensos, cheios de plantas típicas, como samambaias e musgos, por onde correm água limpinha e saborosa, formando córregos por onde é possível caminhar.

2º dia:

Cachoeira da Velha

Maior cachoeira do Jalapão com 100m de largura e 15m de queda. Os moradores da região acreditam que o espírito de uma mulher que amava o local permaneceu por lá após sua morte, por isso o nome da cachoeira.

Prainha do Rio Novo

Este lugar impressiona pela transparência e cor clarinha da água e areia bem fininha. Mergulhar nessas águas é simplesmente refrescante e delicioso.

Dunas do Jalapão

Os reflexos dos raios solares nas ondas de areia deste lugar é algo espetacular. Melhor ainda é contemplar o pôr do sol, que garante um show a parte.

3º dia:

Fervedouro do Ceiça

É o mais charmoso do Jalapão e foi o primeiro aberto ao público. Tem capacidade limitada de 6 pessoas por vez e o tempo máximo de permanência é de 20 min. Dos fervedouros que fui, este foi o único com fila de espera (cerca de 30min). Os guias da região disseram que no auge do turismo, a espera pode superar a 2h.

Fervedouro das Macaúbas

Recentemente aberto ao público, apesar de pequeno, é lindo e impressiona pela cor da água.

Cachoeira do Formiga

Apesar da queda d’água ser pequena, impressiona pela cor e transparência da água. Além disso, a temperatura da água é muito agradável e dá pra ficar horas lá sem ver o tempo passar.

4º dia:

Fervedouro dos Buritis

O nome deve-se aos imensos pés de buritis que cercam o fervedouro. Este tem uma cor azul piscina inacreditável e é o mais bonito para fotografar embaixo d’água.

Fervedouro do Rio Sono

Com água um pouco mais fria este fervedouro possui várias nascentes de água. O visual é lindo com um pé de buriti à beira do fervedouro que enche os olhos. Aqui estava vazio e fiquei sozinha o tempo todo.

Fervedouro Bela Vista

É considerado o mais lindo do Jalapão e é o que possui a maior piscina com 15m de diâmetro. Foi o que mais gostei, por ter uma estrutura melhor e água morninha. Curti muito e nem vi o tempo passar. Me hospedei na pousada deste fervedouro, que permite banhos noturnos somente para os hóspedes, mas só fotografei a noite, porque a água estava bem fria.

5º dia:

Fervedouro do Alecrim

Um fervedouro que tem uma nascente grande como a da Bela Vista. O que diferencia este dos outros é a cor bem verde da água.

Cachoeira das Araras

Rodeada de vegetação, possui 2 quedas d’água que formam uma piscina natural com água na temperatura perfeita para os dias de calor tão comuns na região.

Além desses lugares maravilhosos e incríveis, o Jalapão possui também uma fauna riquíssima.

O trajeto que fiz foi saindo de Palmas, pernoitando 2 noites em Ponte Alta do Tocantins, 2 em Mateiros, 1 em São Félix do Tocantins e retornando a Palmas.

Do total de aproximadamente 1.000km rodados, cerca de 70%, são de terra ou areia.

Fico verdadeiramente feliz em compartilhar com vocês esta viagem que me surpreendeu do começo ao fim.

Já com vontade de voltar para este lugar paradisíaco!

 

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